Britânicos em Portugal

A “velha aliança” entre Portugal e o Reino Unido mantém-se.Portugal continua a ser um paraíso para a comunidade britânica, que cada vez mais se sente atraída pelo nosso território,não apenas para férias, mas também para criar raízes e estruturar a sua vida.

Uma comunidade crescente

De acordo com dados do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), em 2020 verificou-se pela quinta vez consecutiva um aumento da população estrangeira residente em Portugal (mais 12,2% que em 2019), totalizando 662.095 cidadãos estrangeiros titulares de autorização de residência, que corresponde ao valor mais elevado jamais registado pelo SEF desde a sua criação em 1976. 

A comunidade britânica é atualmente a segunda nacionalidade estrangeira mais representativa em Portugal, com um total de 46.238 residentes (tendo subido uma posição desde 2019). 

O que atrai a comunidade britânica?

Não será apenas a beleza do nosso território nem a existência de ótimas praias e de um clima ameno que levam os britânicos a Portugal. A tranquilidade nacional, o reduzido nível de criminalidade comparativamente com outros países, a oferta de um bom sistema de saúde e de infraestruturas, a qualidade doensino e o baixo custo de vida em comparação com o que se verifica no Reino Unido são fatores determinantes no momento de tomada de decisão. Além disso, o facto de contarmos com um povo que fala a língua inglesa e que gosta de acolher quem chega, a par da gastronomia apetecível e do charme que, de Norte a Sul, preenche o nosso território, também acaba por exercer a sua influência. 

O impacto do Brexit

A decisão de saída do Reino Unido da União Europeia afetou significativamente a permanência de cidadãos britânicos em Portugal, aumentando-a de modo considerável. 

Como consequência, o governo português alargou o prazo de regularização da permanência de britânicos em Portugal até 31 de dezembro de 2021, sendo que os cidadãos britânicos que já residiam em Portugal antes de 1 de janeiro de 2021 manterão os seus direitos. Mas há algumas formalidades a cumprir:

• Aqueles que já residiam em Portugal antes da data acima referida e que possuem um documento de residência europeu deverão registar-se no portal do SEF destinado a este tema, fazer o download do certificado com o código QR (prova oficial de residência em Portugal válida até ao novo cartão biométrico ser emitido) e aguardar que o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras proceda ao agendamento na câmara municipal da sua área de morada para recolha dos dados para elaboração do referido cartão. 
• Caso já residam em Portugal desde antes de dia 1 de janeiro deste ano, mas não detenham um documento de residência europeu, os cidadãos britânicos deverão solicitar uma autorização de residência biométrica através do endereço de email: brexit@sef.pt, enviando uma cópia do passaporte, comprovativo de morada e prova de que já se encontravam a residir em Portugal àquela data. 
• Os cidadãos britânicos que já residiam em Portugal antes de 1 de janeiro de 2021 e desejam que a família se reúna, deverão observar as orientações do governo português.

Mais a Sul do que a Norte

A comunidade britânica está muito mais presente a Sul do que a Norte, com dados do SEF relativos a 2020 a revelar que 23.027 residiam no distrito de Faro, seguido por Lisboa com 9.629, Leiria com 2.711, Coimbra com 2.248 e Madeira com 1.342. Vem depois o Porto com 1.201, Castelo Branco com 1.252, e Setúbal com 1.141. Nos dois últimos lugares da lista de preferências estão Vila Real com 42 e Bragança com 23.

Uma aposta no alojamento, na restauração e no setor imobiliário

De acordo com o Relatório Estatístico Anual dos Indicadores de Integração de Imigrantes e publicado em 2020 pelo Observatório das Migrações, as áreas profissionais que em 2018 receberam mais britânicos em Portugal foram as do alojamento, restauração e similares (25,6%), seguidas das atividades imobiliárias (19,4%) e de atividades de consultoria, científicas, técnicas e similares (12,7%).

Ainda de acordo com o mesmo estudo, os trabalhadores por conta de outrem oriundos do Reino Unido a residir em Portugal obtiveram um rendimento médio de 2.026,20 euros por mês em 2018 (mais 117,5% do que o obtido pelos cidadãos portugueses em 2017 e mais 109% do que em 2018), com os homens a obter um rendimento mais elevado do que as mulheres (2.402,49 euros versus 1.568,84 euros, respetivamente). 

Os extras que Portugal oferece

Aos olhos dos britânicos a residir em Portugal, são inúmeros os benefícios extra de que passaram a desfrutar desde que optaram por vir viver para terras lusitanas. 

A primeira vantagem é, sem dúvida, o clima. Ao apresentar-se como temperado e com bastante sol ao longo de praticamente todo o ano, representa um verdadeiro bálsamo para os britânicos em Portugal. 

O entretenimento e a diversidade de oferta são outro fator muito atraente. Portugal tem praia, surf, montanhas e escalada, castelos e fortalezas — aliás, só em 2020 obteve 26 prémios de viagens e é óbvio que todos estes aspetos acabam por ser bastante impactantes, já para não referir os benefícios fiscais de uma mudança deste género. 

Para mais informações, consulte:

https://www.gov.uk/guidance/living-in-europe

https://brexit.sef.pt/

https://brexit.sef.pt/en/guia/

https://www.portaldiplomatico.mne.gov.pt/politica-externa/brexit